quinta-feira, 9 de julho de 2015

Cusco - Uma cidade de tirar o fôlego!!!

Depois de uma escala em Lima, um vôo lindo 4 horas atrasado, um dos mais bonitos que já fiz, lado a lado com a  cordilheira dos andes, finalmente chegamos em Cusco.
E que ronquem os tambores!!!




Cusco era considerada a capital do Império Inca, nada mais justo do que nos aclimatizar lá por 2 dias, antes de fazer a Trilha Salkantay, uma alternativa a famosa (e cheia) trilha Inca. Falarei melhor em outro post ;-)

A cidade fica a 3400 metros acima do nível do mar, ou seja, em poucas palavras, há menos oxigênio disponível e nosso corpo sofre, fazendo mais esforço para respirar, perdendo mais líquido nesse trabalho. Sendo assim, apesar da vontade de sair correndo para explorar aquela cidade linda de pedra, cheia de subidas e descidas, a recomendação é fazer tudo mais devagar, andar com calma e beber muito líquido, intercalando com chá de coca - menos a noite, pois o chá é estimulante o que traz problemas para pegar no sono. 

Juntando pontos dali, pontos daqui, decidimos passar duas noites como verdadeiros Imperadores, nos hospedando no hotel Palácio del Inka. Assim que chegamos no hotel, já somos guiados para o cantinho do chá de coca.  Todo hotel tem o seu!

Tinha certeza que o chá seria amargo, mas pasmem!! O chá é bem agradável e no friozinho que faz a tardinha e de manhã cedo em Cusco, cai como uma luva!! Também imaginava que ia acelerar o coração, nada disso, dá uma leve energia, o que ajuda quando começamos a ficar ofegantes simplesmente por dar alguns passos em linha reta. 
O Peru tem mais de 50 espécies de folha de coca e somente duas são cultiváveis. Em geral, já ligamos o nome da erva ao efeito alucinógeno da cocaína, droga da qual é extraída. Mas não tem nada disso, conforme explicado por nosso guia,  esse tal ingrediente é isolado e fica inexistente quando mastigado/misturado com os outros. Pode tomar sem culpa, é necessário contra o soroche - mal de altitude - o qual pode provocar fortes dores de cabeça, enjôo e problemas com o sono. Existem pílulas a venda nas farmácia por lá, mas nada melhor do que tomar o remédio natural dos nativos, descoberto pelos incas há tantos anos. 


A praça florida, seu chafariz e a Catedral de Cusco ao fundo. 










La Compania











Já chegamos perto da hora de jantar então nos dirigimos a praça principal da cidade, o coração de Cusco, a Plaza de Armas. Uma praça bem ampla, em estilo colonial onde fica a expressiva Catedral, facilmente confundida com a outra igreja da praça, La Compania, e vários restaurantes estrategicamente instalados em suas arcadas, como o Limo.

Entrada fofa do Limo

















Este restaurante faz jus ao seu lugar na lista como um dos melhores de Cusco, destaque para o melhor Pisco Sour de maracujá (bebida típica peruana) que tomamos na viagem; e também para o Traditos de Polvo e a Truta com couscous ao molho de maracujá e vinho tinto. 





Saindo de lá, meio zonzos com tanta comida e tão pouco oxigênio, é fácil achar o caminho de volta pro hotel!! #Só-que-não!!
Vale uma viagem pra Cusco pra quem souber falar o nome dessa rua!!! 



No dia seguinte, fomos presenteados com a procissão de Corpus Christi que passava pela cidade. Era fim de maio e eles estavam começando as comemorações. 
Mais de 15 imagens de santos e nossas senhoras são levados de cada igreja da cidade para a vigília na catedral, acompanhadas de dançarinos ornamentados com máscaras e outros adornos, inclusive mini-llamas de pelúcia. 



Ou até uma llama de verdade!! 




Passando o Arco Santa Clara, chegamos ao Mercado San Pedro, o qual tem o nome da bela igreja que fica logo em frente. (ao fundo na foto)





O mercado fica num galpão imenso onde moradores locais e turistas encontram de tudo, refeições, sucos naturais, frutas e verduras, artesanato, souvenirs em geral, casacos, luvas e cachecóis feitos com lã de alpaca ou llama. 








Após provar os sucos de uma das barracas e ver a quantidade e tamanho das frutas, entende-se bem porque os incas escolheram as terras do Peru para se instalarem, tendo como motivo principal a sua grande fertilidade.
Para se ter uma idéia do que se cultiva aqui, existem simplesmente 30 espécies só de milho!!




Há também uma infinidade de produtos e guloseimas feitos a partir de ingredientes célebres peruanos, como balas e sachês de chá de coca; e barras de cereal feitas com chia e quinoa. 



Saindo de lá, voltamos a bela Plaza de Armas, dessa vez para vê-la durante o dia e visitar a Catedral Basílica, a qual foi construída pelos colonizadores espanhóis onde antes havia um templo inca. Fato este que se sucedeu em outras tantas igrejas e edifícios católicos da região, afim de implantar o cristianismo e destruir toda e qualquer menção aos incas. Nesta construção inclusive, foram usados grandes pedras do templo sagrado Saqsayhuaman, localizado no topo de uma das colinas da cidade. 

O ingresso custa 25 soles e não são permitidas fotos no interior da igreja. Construída em estilo gótico-renascentista, com alguns toques de barroco, ela possui dois altares, um a frente e outro atrás; um sino que mede dois metros e a sua sacristia, um tanto museu, tem diversas pinturas expostas.
Sua grandiosidade e quantidade de detalhes impressiona!!

A bela praça com as colinas de Cusco ao fundo 




A escadaria em frente à catedral é ponto de encontro dos locais.























Do outro lado da praça está a igreja La Compania, construída a partir de um colégio jesuíta. 

Infelizmente, queríamos fazer ainda outros passeios e o interior dessa igreja ficou pra próxima!!














Vimos essas cusqueñas trazendo essas llamas bebês. Sem antes perceber, já estávamos com essas fofuras nos braços.
É só dar um trocado depois que todo mundo fica feliz!
Ou não...






















Para o almoço, como ainda estávamos na onda de comer em lugares seguros, para evitar qualquer mal de estômago antes da nossa trilha, escolhemos o Greens Organic, que também fica na redondeza da Plaza de Armas. Com bastante opção de comida saudável, aqui o oscar vai para a ceviche com manga e milho gigante; e as massas, nhoque de beterraba e ravioli recheado de quinoa e espinafre.
























Saindo de lá, decidimos ir a Pisac, uma das cidadezinhas do Vale Sagrado, a mais perto de Cusco, há uma hora de carro. É fácil bookar um passeio com os hotéis, mas também é possível pegar um taxi normal na rua e negociar o preço de ida e volta, que será em torno de 150 soles.




O vale sagrado foi estrategicamente muito utilizado pelos incas, pela sua grande fertilidade, qualidades climáticas e geográficas, regado por tantos rios correndo entre montanhas. 
Existem vários sítios arqueológicos e ruínas de seus povoados pelas cidades que lá estão. 


No topo de uma dessas montanhas estão as ruínas de Pisac. Já na entrada vários guias vem oferecer os seus serviços, pagamos 60 soles e achamos que foi super bem gasto, pois assim entendemos melhor a história daquele povoado e da sua civilização. 






Como estávamos com pouco fôlego, nosso guia nos mostrou a Munya, ramo de flor com cheiro parecido com mentol, remédio natural para combater o cansaço e sintomas da alta altitude. Existem óleos feitos dela a venda pela cidade.







As moradias eram divididas e cada setor da comunidade vivia de acordo com o papel que exercia, engenheiros moravam no pé da montanha, militares no meio e pessoas importantes, no topo. 










Do outro lado do vale fica o "cemitério", as tumbas são esses buracos na montanha. Os incas eram adeptos da mumificação.







À distância, por todo o vale, vemos plantações. Quinoa, de cor alaranjada, é a mais fácil de ser identificada.  







No topo do povoado ficava um templo religioso, a vista do vale é linda!



Outro atrativo de Pisac é o seu mercado, localizado no centro do vilarejo. Infelizmente quando saímos das ruínas, caiu mó temporal e só conseguimos vê-lo assim, pela janelinha molhada do carro.




No caminho de volta a cusco passamos por Sacsayhuaman, as ruínas do que provavelmente foi uma fortaleza militar, um dos pontos turísticos mais visitados por lá.  

Como só tivemos um dia em Cusco e resolvemos ir a Pisac, não tivemos tempo de visitá-lo. Não me arrependo de ter visitado a cidade do vale sagrado, mas sim de ter deixado de entrar em Sacsayhuaman, então aconselho a quem tiver somente um dia em Cusco, priorize essas ruínas e tantas outras igrejas da cidade que não falei por aqui, como Santo Antonio e San Francisco, além do museu do Pisco Sour, e o bairro San Blás.




O friozinho da noite, pede sopa e esta encontramos no restaurante Inkazuela, o qual significa ensopado em quechua. Num sobrado da calma Plaza Nazarene, este local serve seus caldos em cumbucas de barro, com um delicioso pão feito na casa como acompanhamento. 

A simples sopa de frango com legumes e quinoa é uma ótima pedida, mas a caribenha, de frango com curry e leite de côco, para quem gosta de comida mais apimentada, é imperdível.



A Ari, amiga do peito, companheira dessa viagem e tantas vezes co-autora desse blog, passou um dia a mais na cidade e trouxe essa outra dica aqui:





Na rua Pumacurco, n° 433, logo na descida de Sacsayhuaman está o Natural Factory, café que abriga um modesto museu com explicações sobre os benefícios das plantas e produtos nativos do Peru, como Chia, Quinoa, Coca e também das flores alucinógenas. Estão a venda cremes, óleos, chás, biscoitos e essências feitos com estes ingredientes. 


























Do lado de fora, o café serve lanches naturais e orgânicos, além de sucos terapêuticos.





No dia seguinte, começamos finalmente e Trilha Salkantay, acompanhe aqui!



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