quinta-feira, 12 de março de 2015

Bienvenido a Cartagena!!!

Eis que em pleno fevereiro, o mês mais frio da minha vida em NY, com temperaturas variando de -25 a -5, me surge uma viagem a trabalho (e que ronquem os tambores) para Cartagena, na Colômbia!!
Se viajar pra qualquer lugar já é bom, viajar a trabalho, acerca da linha do equador, esticando pro fim de semana pra conhecer a cidade, melhor ainda!!!

Pensa numa criança feliz!! :-)






Chegando lá, além do choque térmico, a cidade histórica, há 15 minutos de carro do aeroporto, nos proporciona um choque de cenário. A sensação é de se estar voltando ao passado. Muito bem conservado, por sinal.

A entrada no centro histórico.




Cartagena das Índias, seu nome completo, até hoje conserva seus 11km da muralha original construída para proteger a cidade dos inimigos interessados no rico comercio local. 
Fundada em 1533, a cidade foi um dos principais portos de escoamento de ouro e prata para a Espanha durante o período colonial.
Também foi importante no comércio de escravos, sendo um dos dois únicos portos nas américas autorizados pela coroa espanhola a receber navios negreiros e fazer tais negociações.













Com sua arquitetura colonial, ruas estreitas, casas coloridas e varandas floridas, caí de amores por ela logo à primeira vista.





Cheguei por volta das 4, com fome de almoço de avião, fui procurar um lugar perto do hotel pra comer.
Achei o Milá, uma confeitaria fofa, que além de uma vitrine lindas de doces também tinha sanduíches e saladas no menu.
















Esse lugar é famosos pelos doces, claro, mais especificamente os brownies. Porém,  recém chegada dos Estados Unidos, quis pegar algo mais típico e fui de Quesadilla. Não vou dizer que foi a melhor da vida, mas também não foi a pior. Fez o trabalho.






Nos dois dias seguintes trabalhei, (aham, sim, é verdade, a gente faz essas coisas)!!! Começando as 6 da manhã, num sol de rachar e com a cidade inteira de paparazzi pelas ruas.
As fotos da revista só saem em Maio e por enquanto não posso divulgar nada. Deixo aqui alguns cliques e video de aperitivo. 
Vestido Elie Saab muso, com este eu ia pro Oscar.

Cartagena me lembrou muito Salvador, pela arquitetura e cultura africana tão presente.

Pelas praças ficam as palenqueras, essas simpaticas moças com quem fotografamos na Plaza Del Reloj. Elas estão por toda cidade, com suas roupas coloridas, lembrando as nossas baianas do acarajé, vendem pratos de frutas tropicais frescas e andam equilibrando a bacia nas cabeças. Vale a pena pegar um desses e pedir uma foto. Mas jamais pense em tirar uma foto e não deixar um troco!!! Fica a dica!






Pois é, também não sou fã morro de nojo de pombos! Mas o que não se faz por uma foto boa né?! Adoraria que desse pra ver nesse video o mundo de gente que estava assistindo.

No primeiro dia de fotos, precisávamos de um lugar rápido e fácil pra almoçar. Nos indicaram o Crepes and Waffles, uma rede Colombiana. Achei um tanto internacional e desacreditei da qualidade, mas fiquei abobalhada com minha salada Marroquí!!! Couscous com camarões no chutney de manga!!

Não deixe de pedir também a limonada de coco, uma bebida típica de Cartagena. Você vai encontra-la em vários restaurantes e em muitas das vezes é oferecida nos hotéis como cortesia assim que vc chega. 
É simplesmente uma limonada batida com gelo, água de coco e as vezes hortelã. Super refrescante, você vai entender o porquê de ser tão pedida na cidade. 

A decoração do local é bem fofa, tem muitas mesas e fica aberto direto. Boa e talvez única opção para almoço tarde e rápido, já que muitos restaurantes fecham as 3. 





No segundo dia almoçamos no Restaurante San Pedro, tido como um dos melhores da cidade. Fica na praça com o mesmo nome, de frente para a igreja San Claver. Dessa vez fui de Pad Thai com camarões,  plantains (banana da terra) e cebolas crocantes por cima!!! Delícia!!




O restaurante San Pedro fica nesse lindo prédio em amarelo
No último dia de fotos, terminamos o trabalho com o pôr do sol em cima das muralhas da cidade. 
Os vídeos foram feitos pelo celular do assistente e comprimidos ao enviados para mim, por isso a baixa qualidade. :-(


No dia seguinte, sexta feira, antes do meu gringo chegar pra curtirmos o fim de semana, fui em busca de souvenirs. 
Cartagena é o paraíso das Bolsas Wayuu!!
Para quem não conhece, são as bolsas mega coloridas, feitas de modo artesanal originalmente por uma tribo indígena que fica na região de Guajira, fronteira entre a Colombia e a Venezuela. 




Apaixonou? Pois é, imagina como foi difícil pra geminiana aqui escolher pra mim e "prazamigas"!!
Praticamente não existe nenhuma igual, são todas diferentes, existem lisas, estampadas, em 2 ou 3 tamanhos, mas a original mesmo é a grande.





Aconselho comprar nas lojinhas e não de vendedores ambulantes, é notável a diferença da qualidade delas. O preço inicial vai ser 85 ou 80 mil pesos, negocie até chegar nos 70mil pesos. O que equivale, hoje, a 33 dólares. No aeroporto de Bogotá eles cobram, pela mesmo bolsa, a bagatela de 120 dólares!!! Ou seja, não deixe para o aeroporto!!
Comprei as minhas pelas Calle 35 e Calle 4, ruas cheias de comércio.


Meu pequeno contrabando

Se você não gostou da bolsa, pode levar a estampa em tênis, sapatilhas, rede..

Fim de tarde é a hora de andar pela muralha em direção ao Café del Mar, um bar com a melhor vista do pôr-do-sol da cidade (caso você já não esteja hospedado em um dos hotéis com uma vista linda, como o Movich ou o Santa Teresa).




Falando nele,  vale a pena entrar no Hotel Santa Teresa, o qual já foi um convento. Diga que vai dar uma olhada no lobby. Com sorte, se não for alta temporada, talvez consiga até subir pra ver a piscina no topo. 
O interior é lindo, com orquídeas penduradas e enormes vasos de flor.











Na praça do hotel, em frente ao Museu Naval do Caribe, (que também vale uma espiada pelo grande corredor de colunas vermelhas), suba a rampa da muralha. 

Aqui você vai começar a ter uma noção da largura e da grandiosidade dessa obra que circunda o centro histórico inteiro.  






É lindo ver as ruas e casas de cima, iluminadas pela cor alaranjada do sol se pondo. 





Ao entardecer a muralha vai se enchendo de turistas. Se o Cafe del Mar não te agradar, pode simplesmente pegar uma dessas "janelinhas de canhão" pra você!!!






Aqui também é possível admirar todo o panorama de cartagena, o contraste da cidade antiga e a cidade nova, Bocagrande, com seus arranhas-céus em construção ao fundo.















Aconselho chegar umas 5.15 para pegar um bom lugar.

Dai é só acompanhar o sol se pondo no mar, apreciando a brisa e bebericando uma sangria ou mojito, num clima bem descontraído.
Cheers!!!











Na volta para o hotel pela rua Calle 35 passamos pela Plaza Santo Domingo, uma praça bem animada, com vários barzinhos, música ao vivo até tarde e uma réplica da obra La Gordita de Botero, o famoso artista Colombiano. 

A praça Santo Domingo durante o dia.
Para jantar tínhamos várias recomendações, foi difícil escolher, mas conseguimos fazer uma reserva em cima da hora para o restaurante Peruano Cuzco, perto desta mesma praça.







Como aperitivo vem um milho torrado crocante chamado Maiz Cancha, típico da região. 
Salgadinho e com salsa picante. Uma delicia! 
Sabe aquele milho de pipoca que não estoura e nós vamos colhendo escondidos no fim do pote? 
Pois é, alguém teve uma idéia excelente de tirá-lo da clandestinidade e transformá-lo num quitute!!! Viva!!!

Marguerita de Maracujá pra acompanhar ;-)




Pedimos a ceviche com Lulas Empanadas, abacate, manga e mandarim. Uma delicia!! 
Eleita a melhor da cidade, pelo selo Gabi de qualidade. 






O sashimi temperado de Atum também é imperdível, assim como o Filet no molho Chimichurri e purê de batatas com cogumelos!!!




O restaurante tem apresentação de uma banda de musica cubana bem animada.
Certifique-se de pedir mesa perto deles, pra não ficar como a gente, só escutando ou entreolhando pela porta....

















Como já mencionado, tínhamos recomendações de muitos locais. Gastronomia é o ponto alto de Cartagena. Então decidimos provar a sobremesa de outro lugar.  Sim, quase voltei rolando...
Algumas quadras a frente esta o Restaurante La Perla e seu bolo "Tres Leches".

Bem molhadinho, não muito doce, delicioso!!





















Para encerrar a noite, antes da bateria acabar, é hora de remexer o esqueleto.

No bairro boêmio chamado getsemani, fora da muralha, fica o La Havana Café. 
Casa de música cubana, claro, e salsa. 






O público é mais velho, um pouco diferente do que eu esperava de um clube de salsa tão recomendado em vários guias da cidade. Me senti no filme Buena Vista Social Clube, o que também não foi nada ruim, mas um pouco menos animado.

No dia seguinte, queríamos aproveitar o sol (tinha um pra cada por lá) e tirar o mofo de NY. 
Apesar de estar localizada no caribe, o mar de cartagena não é lá essas coisas, é bem turvo e muito mexido. Ninguém vai a praia por lá, a não ser locais, nos fins-de-semana. 
Há algumas opções mais afastadas: pegar um barco para Playa Blanca, que fica no continente, há mais ou menos uma hora de lá, em barcos que saem as 9 e retornam as 4. O que nos foi desaconselhado devido a quantidade de pessoas que por lá estariam num sábado de sol. 
Outro para as Ilhas Baru, no mesmo esquema, voltando só a tarde, o que nos faria perder grande parte do dia pra ver a cidade. Ou, como ultima opção, aproveitar uma das piscinas dos hotéis da cidade. 
E assim foi, queria ir a piscina do Movich, onde já tinha fotografado e me apaixonado pela vista, mas se você não for hóspede, deve desembolsar 75 dólares por pessoa só para ter o seu lugar ao sol. 

Linda vista da piscina do Movich
Então fomos a piscina do Monterei Hotel, fora dos muros da cidade e perto do centro de convenções, que é da mesma rede de onde nós estávamos hospedados, o qual também não tem uma vista de se jogar fora.



Depois de dar aquela tostada básica, andamos por Getsemani, conhecido por ser o bairro boêmio, onde moravam os negros na época pós escravidão.









Alguns hotéis ficam nessa área, restaurantes típicos, como o Donde Socorro, muitos graffitis e albergues também. 












Saindo das ruazinhas quase desertas de getsemani, andamos pelo centro urbano da cidade antes de voltar pro bairro de San Diego dentro das muralhas. Foi ali que tivemos uma idéia do dia-a-dia dos locais e um pouco do caos que não vemos no centro turístico. Não senti nenhum perigo, mas também não me senti segura de tirar a câmera pra tirar fotos dos mercados e dos vários quitutes vendidos pelos ambulantes. Até peixe fresco é vendido no meio da rua!!
No fundo está o castelo de Felipe Barajas, um tanto imponente e atraente. Mas fazia muito calor e era hora do almoço, decidimos deixá-lo por lá e ir ao El Boliche Cevicheria, pequeno restaurante que já estava na nossa lista, na rua mais linda da cidade!!


Não da vontade de se mudar pra essa rua??





Imagine qual foi nossa decepção quando chegamos lá e vimos que o lugar é fechado para almoço aos sábados!!! 
Desconsolados vagando sem rumo e sem plano B, continuamos mais a frente e virando em outra rua, demos de cara com a La Cevicheria, que fica de frente para o bar do Hotel Santa Clara (o qual também vale um visita, durante o dia ou a noite pra ver uma das animadas bandas de reggae que tocam por lá). 













Pedimos o prato Ceviche Peruana, com camarões e peixe, que vem com o mesmo milho delicia do Cuzco e guacamole na tortilla. Muito bom, só achei que faltou uns temperinhos.
Pedimos também o Polvo ao molho de Amendoim. Isso mesmo, pára tudo e anota aí, Pulpo a la Salsa Maní. Esse pedido foi idéia do meu respectivo, achei meio estranho mas resolvi dar um crédito e foi simplesmente O MELHOR prato da viagem!!!
Não sei o que esses dois tem, mas o polvo e o amendoim são um mistura diabólica!!
Embaixo ainda vinha arroz de côco (acompanhamento típico Colombiano), e uma saladinha de tomates e abacate.






Saindo de lá, seguimos a rua até chegar na muralha, andando mais uns 5 minutos chegamos nas Bovedas, uma construção em uma das pontas da muralha, que serviu pra armazenamento de munições e posteriormente prisão durante a guerra civil. Hoje é um mercadão com várias lojas, muitas opções de souvenirs, ambulantes vendendo doces típicos, palanqueras e muitos turistas!! Parece que é o lugar onde desembocam ônibus de turismo com o pessoal dos cruzeiros. Daí a explicação pros preços mais altos do que nas ruas da cidade.


As lojas são fundas, dentro das arcadas.




Depois de se perder com tantas opções, suba a rampa pra ver mais uma vez a vista e a magnitude da muralha. 















Volte pro centro andando pela muralha e olhando o mar, se o calor deixar...













De volta ao centro, bora refrescar denovo, dessa vez com os picolés da Palenteria.
Também imaginei que fossem como os picolés mexicanos recheados, que viraram moda no Brasil, mas não, são picolés simples, mas bons.
Claro que fui de Doce de Leite e um de frutas, onde as frutas inteiras estão dentro do mesmo.


Há duas quadras dali, na Plaza Bolívar, onde ficam a Catedral, o Museu do Ouro e o da Inquisição, ao entardecer, se reúnem e se apresentam grupos de danças típicas.



Esse aqui é o Mapalê, dança típica de lá, de raízes africanas. É notável a semelhança com o samba, o axé e até o funk na velocidade 5.


Saindo de lá, fomos em busca do último jantar da noite. Já tendo cumprido a promessa interna de comer muitos frutos do mar e ceviche, queria agora achar um restaurante bem típico.
Depois de ler muitas recomendações, decidimos pelo El Santísimo.
Se no almoço demos sorte e conseguimos um achado, no jantar, escolhemos, escolhemos e caímos no errado. A comida era boa, mas o serviço péssimo!!! Ficamos ao todo 3 horas no restaurante, devido a demora pra vir o cardápio, os pratos, a conta...esse tipo de coisa é capaz de estragar qualquer boa recomendação a um restaurante.

Camarões abafados na folha de bananeira
Ceviche denovo, porque nunca é demais...
Obatala 



Gostei bastante do Obatala, uma carne de panela, com molho da bananas da terra e salada.


Esse restaurante tem um menu especial, por 100mil pesos (equivalente a 40 dólares), entrada, prato principal, sobremesa e 2 horas de bebida ilimitada. Boa opção pra quem não quer ficar num só drink.








Domingo, último dia, só tinhamos duas horinhas de manhã antes do voô.
Deu pra aproveitar o café-da-manhã, tomar um autêntico café colombiano e apreciar as ruas vazias da cidade, curtindo o calorão.

Arepa recheada com ovo








O Café gelado da loja San Alberto é coado nessa engenhoca especial. Demora simplesmente 24horas pra passar, de pinguinho a pinguinho.
Aqui são vendidos grãos pra levar pra casa também.




Praça da Aduana


Praça dol Reloj 

Monumentos em frente a Igreja San Pedro Claver



Os arcos do Portal de Los Dulces 

Vista da Marina

As cúpulas das duas igrejas principais, a Catedral e a San Pedro 


Monumento aos Jesuítas 



Cartagena tem muitas igrejas, um convento num monte fora da cidade, um castelo/forte, museus, mas eu dessa vez, talvez pelo frio que passava em NY e a vontade de aproveitar estar ao ar livre, não me interessei e realmente não entrei em nenhum desses lugares. O meu registro ficou mesmo pela beleza das construções, das varandas floridas e do calorzinho latino!!

Hasta Luego Cartagena!!!! :-) Sim, essa sou eu de fantasminha camarada, desfilando minha Wayuu!!

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