segunda-feira, 20 de abril de 2015

Morro de Saudades, Morro de São Paulo

A cidade alta vista lá debaixo

Farol da Barra indicando a saída da Baía de todos os santos.



Antes de sair de Salvador, compramos nossos dramins (remédios anti-enjôo) pois eu já sabia da fama do mar agitado e da aventura de enfrentar 2 horas no catamarã pra Morro.
Por incrível que pareça, não achei nada demais, era um molejo bom, que aliado à moleza do dramin, me embarcou num soninho melhor ainda. 

Duas empresas fazem o serviço, a Ilha Bella e a Biotur.  O preço é 75 reais, aconselho comprar a volta junto, pois os tickets se esgotam rápido. 













(Sumiram algumas das minhas fotos então tive que recorrer ao são google)
A chegada em morro é feita pela praça do Portaló, que não é nada mais do que um pier, um tanto pequeno pra quantidade de barcos que ali tentam desembarcar. Depois de esperarmos uns 20 minutos, conseguimos descer, ali é paga a taxa de turismo de 15 reais e é onde estão vários carregadores, oferecendo levar suas malas e mochilas num carrinho de mão. A chegada no centrinho é feita através de uma ladeira bem íngrime, aconselho levar uma mochila pequena, mas se estiver pesada, se dê ao luxo de contratá-los pois dependendo de onde for seu hotel, a caminhada pode ser bem longa. 



Nosso intuito nessa viagem eram 4 dias de paz e sossego, então resolvemos ficar num hotel bem afastado do centro, o Hotel Vila dos Orixás na praia do encanto. Por ser longe do centro, (uns 20 minutos de carro), o hotel oferece traslado de caminhonete para a cidade. Nas ruas principais de morro em si, não trafegam carros, não há nem espaço pra isso. Só trafegam carros por dentro da ilha pra fazer o transporte para áreas mais afastadas.

Chegamos em Morro por volta das 5.30 da tarde, então fomos direto pro hotel e por lá ficamos até o dia seguinte.











E que dia!!!

Mesmo se você não estiver hospedado pela praia do encanto, vale a pena visitá-la, seja de bicicleta, de barco (alguns passeios que saem de morro fazem uma parada por lá), ou até à cavalo. A praia é linda, de águas calmas e bem morninha. 
Sombra e água (de côco) frescas :-)



Fato curioso é que foi o lugar em que vi a maior mudança de maré no mundo! Não sei se é assim em todas épocas do ano, mas de manhã cedo são quilômetros de praia, chegando até a barra de corais e ao longo do dia, devagarzinho,  a água vai chegando até a beira, proporcionando uma bela mudança de paisagem. 

"Se minha alma tivesse forma, com certeza seria de asa" 


Olha a água querendo chegar
Água chegou 





Decidimos almoçar em Morro, tínhamos algumas recomendações, mas por ser um lugar sem nome de rua, onde só se chega a pé, toda informação é dada na base do: "passando a igreja, a direita da pracinha, na ruazinha do meio, ao lado da policia, subindo a ladeira, depois do poste"...ou seja, não achamos o lugar a nós recomendado, os nomes e localização no google maps são um tanto confusos, nos sobrou nos aventurar nos restaurantes "pega-turista", onde se espera horrores nessa época do ano, pra ser mal alimentado!!! 


Então pulando a indicação de almoço, fomos tentar pular de tirolesa, uma das atrações mais famosas de morro, e provavelmente por isso, no primeiro fim-de-semana após o Reveillon, Rá, tinha simplesmente horas e horas de espera... :-(
Mas, valeu a caminhada até lá, para simplesmente admirar a vista que é o cartão postal de morro.
Dica: pela manhã o sol bate de frente e a água fica ainda mais clara.





Subindo pela trilha que sai da praça logo na chegada de portaló, em 10 minutos se chega lá em cima. Da pra passar também pelo farol e na volta ir a Toca do Morcego, um bar, estilo beach-club, meio balada, famoso por ter o melhor e mais animado pôr-do-sol da cidade.  




O espaço é bem legal e, fazendo jus ao nome, fica bem entocado embaixo de grandes amendoeiras. É também super concorrido, então aconselho chegar 1 hora antes do sol se pôr, para pegar um lugar bom e ir curtindo a banda ao vivo, tomando sua caipirinha.
No dia seguinte, fizemos o passeio de volta á ilha de Tinharé de lancha. Saindo do nosso hotel (praia do encanto), a primeira parada é na piscina natural de Garapuá, bem rasa, de águas calmas e cristalinas, ótima oportunidade para fazer snorkeling. 

Depois paramos nas piscinas naturais de Moreré, que além do snorkeling tem um barco-bar flutuante que serve lagostas, cerveja e uma revigorante água-de-côco.




















Já que o bar é flutuante, sua "mesa" também! Devidamente instalada num pedaço de isopor preso numa pedra.
Claro que adoramos essa idéia!!!
Os peixes estão acostumados com pessoas e barcos então ficam imensos cardumes coloridos de peixe rodeando nossos pés. 













Depois a lancha segue pra ilha de Boipeba, onde descemos na praia de Cueira.
Indiscutivelmente, a praia mais linda da viagem, praticamente virgem, margeada de coqueiros.
O cenário é paradisíaco, não é a toa que esta praia está listada em vários top 10 das mais lindas do brasil!!










Lá também está a barraca do  Guido, pescador/cozinheiro que faz as lagostas mais famosas da ilha, pescadas na região mesmo. 

Aproveite e dê uma espiadinha no Guido com a mão na massa, cozinhando ali mesmo, do lado de fora, num fogão à lenha. 











Pedimos as lagostas grelhadas na manteiga. Queríamos provar também as feitas com abacaxi, mas as porções já são grandes, servindo duas pessoas.

Confesso que achei ótimo que elas já vem fora da casca e um tanto curioso serem acompanhadas de feijão.
















Depois de almoçar, vale a pena dar uma caminhada pelas pedras até a praia de Tassimirim, que fica logo ao lado. 















Voltando pra lancha e começando a volta à morro, entramos pelo Rio do Inferno, o qual tem esse nome devido aos encalhamentos de barco ocorridos com marinheiros pouco experientes, causados pelos bancos de areia que ali se formam.
Por sorte, o nosso era bem seguro do caminho a seguir e deslizou por aquelas águas escuras e calmas. 







Próxima parada foi em Canavieiras, restaurante flutuante, dessa vez servindo caranguejos e ostras. Como já não havia mais espaço depois da comilança anterior, saboreamos uma caipirinha de abacaxi por aqui. O bom dessa parada é que por ser no rio, é a hora de tirar a água salgada do corpo.












Dali seguimos para a ultima parada do passeio, na cidadezinha de cairu, já no continente, que governa toda a região. 
Achei essa parada um tanto inútil e "pega-turista". Explico: a lancha pára num píer super ensolarado, se quiser descer pra visitar são 10 reais por pessoa, se não, resta ficar num píer pequeno esperando no sol, por no mínimo, uns 40 minutos. Até pra usar o banheiro tem que sair e pagar. Mas se você não se importar, contribua, como eu, esperando que sua contribuição vá para  desenvolver o turismo, e consequentemente ajude na vida da população carente que vive na área. 

A única atração da cidade é uma igreja e convento de Santo Antonio no topo do morro. Lá é "sugerida" outra contribuição para ajudar na conservação do local. A igreja não deixa de ser uma graça, mas confesso que se pudesse faria outra parada ao longo do caminho ao invés dessa, como a parada da argila. 
Chegando de volta em Morro, não pague denovo a taxa de turismo, mostre seu ticket ou dê seu numero de CPF.





Ainda dá pra aproveitar o finzinho de tarde, passeando pela feirinha de artesanato que se forma na pracinha ou comendo uma tapioca admirando, com sorte, uma lua cheia linda dessas!!! 









Mapa do Passeio:



Dia seguinte, depois de aproveitar mais uma manhã no hotel (com a cidade muito cheia, não valia a pena sair de lá), fomos pegar o catamarã de volta a Salvador.
Dica 1: Chegar meia hora mais cedo, o pier é muito pequeno pra tanta gente e fica uma fila e confusão enorme pra conseguir embarcar.
Dica 2: Lembra aquela cartela de dramin que vc comprou pra ida e nem precisou?
Tome ja no pier ou coloque na bolsa, em fácil acesso.

Sentamos, abrimos o computador pra ver um filme. Nos primeiros 10 minutos paramos, em 20 meu gringo levantou azul e vou ficar lá fora, pegar um ventinho!!
Pra vocês terem uma idéia, o barco mexe tanto, mas taaaanto que não deu nem pra abaixar a cabeça pra vasculhar as mochilas a procura da bendita cartela!! Desviou o olho do horizonte, vomitou!!!
Foram 2 horas e meia pensando comigo mesmo, nunca mais eu volto!!
Nunca vi tanta gente pálida num só local, é tão triste que chega a ser cômico!!!

Enfim, não deixe as últimas linhas ofuscarem a beleza desse lugar e leia aqui o post anterior sobre Salvador.  

:-)

5 comentários:

  1. Gabriela, adoramos as dicas.
    Morro é lindo demais mesmo, uma delícia!
    Adoramos a toca do morcego e sua cantora (Julia Moreno), fomos lá no domingo e tentamos até voltar no dia seguinte de tão bom que estava, mas aí descobrimos que não abre as segundas :/
    Outro lugar incrível foi boipeba, lugarejo simples e tranquilo, mas paradisíaco. Ficamos dois dias lá numa pousada chamada dendê loft, deu vontade de ficar mais...
    No final ficamos uns dias na 4ª praia, hotel maravilhoso e tal, mas tivemos uma grata surpresa numa barraca da praia com música ao vivo. Música e comida muito boa e não é muito cara. Show!
    Saudades de vc!! Bjo

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  2. Que bom que vocês aproveitaram bastante Lou!!
    Pois é, me arrependo de não ter ficado alguns dias em Boipeba também, só pela parada no passeio de barco já deu vontade!!
    Obrigada por passar por aqui, ;-)
    Bjos saudosos!!

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  3. Vim até aqui com a esperança de ler: tudo isso que o povo fala é exagero, aí eu ri alto com a sua declaração "Foram 2 horas e meia pensando comigo mesmo, nunca mais eu volto!! Nunca vi tanta gente pálida num só local, é tão triste que chega a ser cômico!!!" kkkkkkkk...
    Enfim, amei as dicas!

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  4. Vim até aqui com a esperança de ler: tudo isso que o povo fala é exagero, aí eu ri alto com a sua declaração "Foram 2 horas e meia pensando comigo mesmo, nunca mais eu volto!! Nunca vi tanta gente pálida num só local, é tão triste que chega a ser cômico!!!" kkkkkkkk...
    Enfim, amei as dicas!

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    Respostas
    1. hahaha até hoje não decidi se um dia eu volto Elaine!!! Mas valeu a pena pela beleza desse lugar! :-)

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